Meu pai é um homem excepcional. Prolixo até para dar “bom dia” e de poucas palavras para dizer o quanto gosta de mim. Mas isso não se faz necessário, eu sei do grande sentimento que ele me tem. Em cada gesto, em cada atitude, em cada luta para que eu atinja meus ideais e faça de cada sonho meu uma realidade, ele fala as três palavras mágicas.
Um dia, numa de nossas voltas pela cidade, me contou que quando comprou a Brasília verde, levou a quantia de 15 mil Cruzeiros até a concessionária. Dentro de sacos plásticos. Em moedas.
Dr. M. nunca quis aprender a mexer em computador. Nem a carreira de advocacia nem a docência fizeram com que abandonasse a máquina de escrever. Elétrica? Não não... Aquela com teclas pesadas, que hoje em dia só se encontra em brechó. Amante da natureza, do tango, da costela bem gorda e do cigarro (abandonado há mais de 2 anos).
Eu queria muito aprender a pintar, faria uma tela intitulada "O Homem e seu Cão". Meu pai e nosso cachorro, L, fazem uma parceria sem precedentes. Um tanto confuso saber quem manda e quem obedece, é realmente uma cena impagável.
Meu pai é quase um personagem, de tão interessante, engraçado, chato e maniático. Talvez seja uma bela combinação astrológica e psíquica do signo da balança com o símbolo da justiça. Os pratos deveriam estar sempre em equilíbrio, mas vai entender...
Este texto é uma singela maneira de dizer MUITO OBRIGADA por tudo que ele sempre fez por mim. As outras três palavrinhas mágicas ele sabe que também estão aqui.