terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Inquebráveis hábitos

Chame como quiser. Mania, TOC,  hábito. Era mais forte que ela. Ao som da mensagem, corria para ler e voltava a bloquear o celular. Cinco minutos e leria novamente, e ela sabia que o faria. Alguns pratos a lavar, episódios de sua série favorita, mais um quarto de hora e liberaria o aparelho para novamente degustar cada palavra. Em cada uma, um sabor. Lia em silêncio, em voz alta, em dublagem.

O mesmo fazia com cartas antigas. Devidamente bem acondicionadas para preservar a integridade do papel. Segurava o envelope com cuidado, olhava o selo e a data de postagem. A caligrafia, irregular e com a tinta falhada trazia à tona memórias de um tempo bom. As folhas de caderno, um pouco amarrotadas, guardavam sensações adormecidas. Remetente e destinatário para sempre enclausurados.

Livros. Títulos diversos, mas alguns favoritos. Trechos sublinhados e páginas inteiras com exclamações, personagens tão complexos quanto seus pensamentos. Ficção que um dia sonhou para si mesma, dramas e tramas que na vida real não tinha coragem de abraçar. Finais gloriosos que lia uma e mais uma vez. Quem sabe a vida não imita a arte...

4 comentários:

  1. Não arriscava nada. Enquanto a vida passava ela ia coleccionando cenários, momentos, "ses"...
    Talvez até para a morte ela sonhasse um grande final...

    Beijo :)

    ResponderExcluir
  2. Lully, me vi no primeiro parágrafo. Felizmente, meu TOC, mania, sei lá o que, deu lugar ao equilíbrio novamente.
    Teu textos trazem um desejo de quero mais, sabia?
    Bjo, amiga.

    ResponderExcluir
  3. AC querido
    ameeeei teu comentário!!!! Obrigada por estar aqui.
    Beijo!

    Marinha... presentinho da blogsfera! Beijo enorme, amiga!

    ResponderExcluir
  4. Um texto lindo, depois do comentário do AC fiquei sem palavras.
    Um grande bj.

    ResponderExcluir