terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Síndrome de Pollyana

Eleanor Porter, USA, 1913. Um inocente livro marca a literatura infanto-juvenil que será traduzida para várias línguas. Na idade certa, li a história da menina órfã que joga "o jogo do contente" para superar as adversidades da vida. O livro se torna referência. Mais tarde, na faculdade de Letras, ouço de uma respeitável professora de literatura que Pollyana não é nada mais nada menos do que um manual de boa conduta feminina, um assassinato à liberdade das mulheres, uma ingratidão à queima de sutiãs. Mas será mesmo que o jogo do contente nos torna submissas? Ou seria uma forma inteligente de entender que o mundo não é cor de rosa e não podemos ter tudo o tempo todo? Brincar de contente pode parecer um tanto conformista, mas conformidade pior é achar que somos vítimas da situação. Eu acho Pollyana uma heroína, inteligência pura em forma de menina. E convenhamos, nós meninas somos bastante inteligentes =)

2 comentários:

  1. Desde que li Pollyana jogo o "jogo do contente" e nunca me senti menos livre na vida por isso.
    Amei o post. Trouxe-me lindas recordações com cheiro de infância. Um bj querida amiga e obrigada por ter me proporcionado este momento.

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  2. Vim te cnhecer por indicação da Gisa....
    Eu tambem li Pollyanna....rs
    Ainda hoje, quando vejo uma moça ingênua, meio bobinha, muito credula, digo que ela tem alma de Pollyana.
    Mas o pensamento positivo e o olhar com bons olhos sempre nos farão bem.
    Contextualizando, em 1913, esse conformismo da mensagem fazia parte da educação das moças, educadas para o lar e obediencia e serviço ao marido.
    As mulheres com sua luta, mudaram isso.
    Ainda bem.

    Uma amiga comentou outro dia sobre ter lido esse livro com uma idade mais "avançada":

    "Como li mais velha e depois disso passei por milhares de roubadas na minha vida profissional, fui aprendendo que depois de gritar e espernear o melhor era me agarrar em algo de bom em volta, pelo menos garantia menos azia e um melhor relacionamento com os companheiros da roubada. Por isso lembrem-se: usar o “Jogo do Contente” em doses homeopáticas, garante uma vida melhor!"

    bjo

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